1986, São Paulo, Brasil.
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ.
Vivian Caccuri investiga culturas musicais e produções sonoras em sentido amplo, propondo experimentos com o som que ultrapassam o campo auditivo e abarcam o visual, o corpóreo e o tecnológico. Por meio de objetos, instalações, performances e músicas originais, Caccuri cria situações que desorientam a experiência cotidiana e, por consequência, interrompem percepções sedimentadas na cultura e entranhadas às estruturas cognitivas. A artista lança luz sobre condicionamentos históricos e culturais que assentam distinções entre ruído, música, sons naturais e silêncio. As construções de Soundsystems, em diversos materiais e contextos, evidenciam o sentido coletivo e, tantas vezes, o silenciamento em torno de certas expressões musicais. Com isso, seu trabalho assume um forte sentido político. Nos últimos anos, mesclando dados científicos e ficção, Vivian Caccuri tem investigado mitologias que envolvem o mosquito e outros insetos. Narradas em bordados e desenhos, essas obras recontam e atualizam histórias que descrevem a aversão humana a esses animais, tanto como agente epidêmico quanto pelas suas emissões sonoras.
Formada em Artes Plásticas em 2007, a artista participou de diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior, dentre as quais destacam-se: em 2013, o 33º Panorama da Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP); em 2016, na 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva; em 2017, Future Generation Art Prize 2017, Victor Pinchuk Foundation, Kiev, Ucrânia; em 2018, participou da 11ª Bienal do Mercosul e da People's Biennale - Kochi-Muziris Biennale 2018, Kochi-Muziris Biennale Foundation, Kochi & Kerala, India; em 2019, Somos muit+s, Pinacoteca do Estado de São Paulo; e The Shape of a Circle in the Mind of a Fish with Plants (General Ecologies Project), com trabalho comissionado na Serpentine Galleries, Londres, Reino Unido. Ainda em 2019, a artista participou da Bienal de Veneza – May you Live in Interesting Times; TabomBass, FAENA Art, Miami, Estados Unidos; As If: Alternative Stories from Then to Now, The Drawing Center, Nova Iorque, Estados Unidos. Em 2020 fez parte de Freedom is outside the skin, Kunsthal 44Møen, Møen, Dinamarca e The Musical Brain, no High Line Arte, Nova York, USA. Caccuri também realizou mostras individuais em galerias e instituições, tais como: em 2018, Água Parada, MAC Niterói; em 2019, A Soul Transplant, Röda Sten Konsthall, Gothenburg, Suíça e, em 2022, Mosquito Revenge, no Kunsthal 44Møen, Møen, Dinamarca.
Durante sua carreira, Vivan Caccuri colaborou com diversos músicos, como Arto Lindsay, Gilberto Gil, Fausto Fawcett e Wanlov. A artista escreveu e publicou o livro O que Faço é Música, investigando os primeiros discos de vinil feitos por artistas plásticos no Brasil, em 2013, este livro ganhou o Prêmio Funarte de Produção Crítica em Música. Recentemente, Caccuri lançou também seu primeiro disco de vinil gravado no órgão do conservatório Studio Acusticum no norte da Suécia e o livro Making it Heard: A History of Brazilian Sound Art, uma compilação de textos sobre sonoridades na arte brasileira, publicado pela Bloomsbury NYC. A artista foi vencedora dos prêmios: Rumos Itaú Cultural, em 2008; em 2011, Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia; foi nomeada para o prêmio Future Generation Art Prize, 2017 e finalista do Prêmio PIPA, em 2018. Publicações sobre sua obra incluem: Remember Nature - Hans Ulrich Obrist, Estados Unidos, 2021; Entrevistas Brasileiras vol. 2 - Hans Ulrich Obrist, Brasil, 2019 e Making it Heard, Bloomsbury, Nova Iorque, 2019.
A obra de Vivan Caccuri integra as coleções públicas do MAR - Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo e do Institute of Contemporary Art, Miami.